16 de dez. de 2007

... ... domingo;

Não sou assim, aquele tipo de cara que não tem cara e faz cara de cu. Eu sou diferente, embora nem tanto.
Não sou assim, ledo tipo e engano que outros supõem com tanta propriedade.

Ah, direis. E quem és, então?


Boa pergunta. Nem mesmo metade desta garrafa vazia, em sua mais cruel e alcóolica solidão, é capaz de me dizer. Ou talvez eu não tenha arrogância suficiente pra encarar quem eu sou - de fato. O medo gela minha espinha como o frio de uma sala de cirugia vazia, apenas ensagüentada da incisão anterior.

Acho que é isso. O medo é que me deixa tão mal, e tantas escolhas e o mundo e a vida e todo o resto martelando e espancando minha alma. Incidindo e 'Incisindo' minha alma.Embora a garrafa esteja metade vazia.

E como diz cibelle, "na magia de um dia-a-dia" eu esvazio a outra metade com a lentidão e a precisão de um mestre em fazer cara de cu. Que são milhares, né? Aí me pergunto: como eles conseguem ser só isso? Porque sim, eu posso até fazê-la, mas também tenho a minha cara! Mas só se for agora. Neste exato instante e nunca mais a não ser no próximo instante. A sós. Quando não houver ameaças, ninguém e apenas minhas lágrimas chorando de medo de mim mesmo(será que também todos e eles são assim?). Procuro a resposta e não acho. Apenas o frio de uma sala cirúgica ensangüentada. De sangue dos outros.


Mas é tão melhor ser gente.
E tem as contas do mês pra pagar, né?

Ah, do que eu tava falando mesmo?
Péra, o fone tá tocando.






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atendo e sem nem saber quem é já disparo: ainda pego o vôo mais próximo.





















(dedicado a rafael, que me inspira a vomitar pra fora. É, porque pra dentro dói e fica o gosto amargo).