.na calada da noite que me acho.
no escuro que eu calado me leio.
linha a linha, no passe dos passos do escuro.
e toda a negridão me devora roendo páginas e linhas.
linhas que costuram meu corpo grudado pulsante na alma.
alma que pulsante jamais sente-se presa ao corpo a que pertence.
e os pertences de mim mesmo tão pobres e tão ineficientes
que me sinto um cego desesperado, roído em traças,
lendo em braile, sem jamais ter visto uma luz,
na calada da noite e no calar de leituras que gritam.