com a última noite do feriadão (maravilhoso,por sinal) vai indo embora também a perspectiva de uma ausência... única e indiscutível vontade de cura de mim mesmo.
não por acaso, o media player começa a tocar wild tis the wind... com nina simone me massacrando a cada tecla do piano. E as ices que encontrei por acaso na geladeira de casa começam a ser esvaziadas...
fica a sensação do álcool, do peito rasgado no meio e da felicidade que passei nesses três dias. É, felicidade simples, calma... tranquila, de reconhecimento. Emoções opostas, sentimentos contrários, explosão de momentos... tudo equilibrado na instabilidade do meu momento. Acabo achando um poema esquecido de tanto tempo no meu computador... oriundo de um momento inspirador que não me lembro. E como o acho "plausível" pra ocasião,rs.
"só sei que o corpo está cheio
e o vazio toma conta do sangue;
presta-se conta com o fio do corpo
e o vazio inunda o nada,
o corpo que é vazio.
por isto o anticorpo,
a negação do corpo,
a putrefação da carne.
o estouro do sangue doente de vazio.
só sei que o copo está cheio
e o cheio escoa da boca
[e das narinas;
presta-se conta com o fio do corpo
e o fio costura a veia
pulsada de vazio.
tanto,tanto vazio
que o corpo se torna cheio de um vazio
em estado sublime
e se vai, e se vai, e se vai.
é, negar o vazio
dói ante o corpo."
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e a música acaba, as lágrimas secam e me sinto pronto pra viver e ser feliz. A sensação de que finalmente achei caminhos e cabos pra ser feliz. Epifania em detalhes que agradeço aos deuses por terem acontecido.
não é à toa que nina agora canta becomes the sun. E eu sorrio molhado.