8 de jun. de 2008

.boa vista.

Flores. Dores.
Certa vez visitei o mercado das flores.
O perfume exalado era de rua.
Uma mãe chorava o filho morto comprando lírios
e a vendedora sorria com a nota fubenta recebida de um real.
Uma rosa chorava murcha seu fim pisada no chão
E o cravo magoava intenso em algum espinho de minha alma
um saraband de Bach para eu jamais esquecer
aquilo o que atordoa:
o mercado das flores,
o bar da Cachorra logo na frente,
com dúzias de homens, galhos secos
Embebidos no álcool e com semblantes de esterco
jogados ao nada na vida dura do Recife.