5 de jun. de 2008

.momento.

Neste momento
seria muito mais fácil falar de estrelas
simplesmente estrelas
carudmes perdidos da última noite cheia de lua.

Ou cairia melhor
simplesmente melhor falar de discos
músicas
a última do mês
(músicas e quedas)
cairia melhor, primeiramente.

Nada me escapa às mãos.
As próprias é que me escapam
dissolvem conversas na boca
como pastilhas de tato,
ultimamente.

É assim, tem sido assim, que momento é este, meu Deus?
Boca árdua, infatigável, de não dizer de céus, estrelas, cardumes, radiolas, deslizes e coisas
sempre, sempre, sempre. Sempre neste momento gélido.
E onde está a boca que não quer calar? a consciência da fuga levou-a.

Mãos, mãos. Simplesmente elas, fugidias, errantes por paz, sossegadas de tanto tremor
querem falar e não conseguem
permitem-se hablar dores à causa injusta
de um toque não vindo, não ido, não verbal -

"as mãos escapulidas morrem com todo o afago do silêncio inexistente".


E por elas? Isto é indagação.
Estão nas estrelas, cardumes perdidos da última noite cheia de lua.
Estão no disco que eu gosto
Músicas
Sempre
Isto é resposta.


A dúvida eterna e intensa, a dívida dos desesperados - isto é a resposta.
É apenas tudo isso em somente um momento.
Tão pouco instante que perpetua minha vida.