As obras de um dos mais importantes nomes da arte moderna mexicana ficarão expostas pela primeira vez no Recife. Durante três semanas, entre os próximos dias 6 e 30 deste mês, o público poderá apreciar no Museu do Estado a exposição
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Inédita no Nordeste, a mostra já circulou por conceituadas galerias de arte, como o Instituto Tomie Ohtake,
A morte sempre foi recorrente na obra de Posada. As zincografias - técnica de desenho sobre lâminas de zinco, criada pelo artista - que poderão ser vistas no Recife exemplificam o sentido dramático, mas irônico da temática, sempre presente na cultura mexicana. De acordo com o secretário estadual de Cultura, Ariano Suassuna, uma das características mais marcantes do artista é o vínculo estabelecido com a arte popular do seu país.
“Só estranhará a sua obsessão pela morte, refletida nos esqueletos que desenhou e viu em toda parte - até mesmo nas ações gloriosas do valoroso cavaleiro Dom Quixote de
Para o diretor de Difusão Cultural da Fundarpe, Adelmo Aragão, “trazer obra de Posada representa, sobretudo, um esforço significativo do mestre Ariano Suassuna, que estabeleceu uma articulação com o cônsul honorário do México no Recife, Antônio Dubeux, demonstrando o interesse do Estado em compartilhar o trabalho de um artista autor de obra tão significativa”.
História - José Guadalupe Posada nasceu no México em 1852. Ele utilizava sua arte como um instrumento de contestação durante a ditadura de Porfírio Diaz. O trabalho é composto de caricaturas políticas e ilustrações de cenas cotidianas, que demonstram o caráter satírico do gravurista. O artista foi criador da zincografia, que permite o trabalho com recursos, como luz e sombra e meios tons.
Alguns artistas, como o pintor Diego Rivera, consideram Posada “o pai da arte moderna mexicana”. Nas 20 mil gravuras que compõem sua obra, Posada realizou um trabalho plástico extremamente político, a exemplo da série Calaveras (caveiras, em espanhol), representações caricatas do cotidiano do povo mexicano e de personagens históricos e literários como Zapata e Dom Quixote. Essa série ilustra a visão do artista em relação à morte, admitida como um acontecimento essencialmente democrático, pois atinge a todos, sem distinções. Dessa forma, Posada transformou essa referência fúnebre num verdadeiro culto de resistência popular contra a opressão do governo porfirista.
Taí a sugestão: as zincografias de Posada serão expostas no Casarão do Museu do Estado, no horário das 9h às 17h, de terça a sexta-feira, e das 14h às 17h, aos sábados e domingos. O ingresso tem um valor simbólico de R$ 2,00, com meia-entrada para estudante.