30 de mai. de 2008
.pedaços [2].
"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
Dói morder a língua, dói cólica, cárie.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de uma irmã que está longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que mora longe,
do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida, é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem,
mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade,
mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem te ver,
mas sabiam-se amanhã.
Saudade é basicamente não saber.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
É pensar no bem que ela te fez sem se dar conta,
é pensar no bem que ela continua te fazendo
mesmo de longe,
mesmo doendo."
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Ai, descobri este texto através de Ju, grande amiga de todos os tempos e horas... e não é que o desgraçado disse tudo que eu tava sentindo? Ê, bálsamo miserável! sim, pq a onda sentimentalóide ainda continua. E, enquanto não passa, kate nash no som ajuda.